Com o passar dos anos, o corpo muda e a marcha também. Mas isso não precisa ser sinônimo de limitação!

5/15/20252 min read

À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por transformações naturais: perda de massa muscular, diminuição da flexibilidade, alterações no equilíbrio e até na percepção do espaço. Um dos reflexos mais perceptíveis disso é a mudança na forma de andar — a chamada marcha.

O que muitas pessoas não sabem é que essas mudanças podem ser tratadas e até revertidas com estímulos adequados. É o que mostrou um estudo desenvolvido na Clínica-Escola da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que analisou os efeitos de um programa de intervenção psicomotora com idosos, combinando atividades na água e no solo.

O poder da psicomotricidade no envelhecimento

Durante 12 semanas, os participantes do estudo realizaram sessões regulares de atividades psicomotoras, focadas em:

Coordenação motora global e fina

Equilíbrio dinâmico e estático

Consciência corporal e espacial

Ritmo e lateralidade

Reforço da autoestima e da autonomia

As atividades foram pensadas para respeitar os limites físicos dos idosos, mas ao mesmo tempo estimular novas possibilidades de movimento, tanto de forma lúdica quanto funcional.

Resultados que caminham lado a lado com a ciência

Após o programa, os dados coletados mostraram melhoras estatisticamente significativas em diversos aspectos da marcha:

Aumento no comprimento do passo

Melhoria na simetria da passada (o que reduz o risco de tropeços e quedas)

Mais estabilidade no tronco durante o andar

Redução do tempo de duplo apoio (quando os dois pés tocam o chão), indicando mais confiança no movimento

Avanços no equilíbrio postural e na coordenação motora

Essas mudanças não foram apenas técnicas ou fisiológicas — elas foram sentidas no dia a dia dos idosos.

A voz de quem viveu a mudança

Além dos dados biomecânicos, o estudo também coletou relatos subjetivos dos participantes, que relataram:

Sentirem-se mais confiantes para andar sozinhos

Voltar a realizar atividades cotidianas com independência

Melhora no humor, na disposição e na interação social

Como compartilhou uma das participantes:

“Hoje eu ando melhor e me sinto mais forte. Voltei a sair de casa sem medo de cair.”

Esse tipo de relato reforça o que a ciência já mostra: saúde não é apenas ausência de doença — é também sentir-se bem, capaz e valorizado.

Psicomotricidade: muito além do movimento

A psicomotricidade é uma abordagem que considera o ser humano em sua totalidade — corpo, mente e emoções. Trabalhar o movimento com consciência e propósito pode trazer ganhos significativos para o envelhecimento ativo e saudável.

Para os idosos, isso representa:

Mais autonomia

Mais autoestima

Mais saúde emocional e relacional

Menos risco de quedas e hospitalizações

E para a sociedade como um todo, representa um olhar mais respeitoso e eficaz sobre o envelhecimento.

Vamos valorizar o corpo que continua aprendendo, mesmo com o passar dos anos?

Investir em programas psicomotores para idosos não é luxo — é cuidado, é ciência, é dignidade.

O corpo muda com o tempo, mas com estímulo, apoio e movimento, ele também se reinventa.

Se você conhece um idoso que poderia se beneficiar disso, compartilhe esta informação.

Se você é profissional da saúde, incentive essa prática em sua rotina de atendimento.

E se você está envelhecendo — como todos nós estamos — lembre-se:

Nunca é tarde para se sentir mais forte, mais estável e mais vivo.